sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO CAPÍTULO XI


A lei de amor
8. O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por
excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua
origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações;
quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor,
não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu
ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui
a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que,
ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! ditoso
aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e
vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra -
amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.
O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino.
Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação,
triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já não é
ao suplício que ela conduz o homem: condu-lo à conquista do seu ser, elevado e
transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o
homem.
Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto,
ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os instintos.
A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos
sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria.
Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso,
como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, emergindo
pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa
ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos
granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. E então que, compreendendo
a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios
das alegrias celestes. - Lázaro. (Paris, 1862.)

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