sábado, 30 de abril de 2011

ENTREVISTA COM ARNALDO ROCHA



Chico Xavier foi Ruth Céline Japhet

Por Marcelo José De Belo Horizonte – MG
Muito se pergunta no movimento espírita, quem foi quem? Geralmente a resposta descabida de credibilidade, seja pela fonte ou pela própria informação, não é considerada verídica pela maioria das pessoas. Por outro lado, quando apresentamos pilares fundamentados, baseados em estudos, depoimentos de espíritos encarnados ou desencarnados de credibilidade e estamos fincados na razão tão bem ensinada pelo exemplo do codificador, a informação é considerada verdadeira. O Correio Espírita não quer delinear esta matéria para o caminho do sensacionalismo ou, simplesmente, para o da curiosidade. Pelo contrário, o assunto tem cunho educativo, instrutivo e elucidador. No comentário da pergunta 399 de “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec escreve que: “… Mergulhado na vida corpórea, perde o Espírito, momentaneamente, a lembrança de suas existências anteriores, como se um véu as cobrisse. Todavia, conserva algumas vezes vaga consciência dessas vidas, que, mesmo em certas circunstâncias, lhe podem ser reveladas. Esta revelação, porém, só os Espíritos superiores espontaneamente lha fazem, com um fim útil, nunca para satisfazer a vã curiosidade…” Em entrevista exclusiva, feita em Belo Horizonte, para o Correio Espírita, o médium e ex-marido de Meimei, Arnaldo Rocha, nos revela dados importantes sobre as encarnações pretéritas de Chico Xavier, do qual era amigo particular.
Correio Espírita: Como e quando você teve o primeiro contato com a Doutrina Espírita?
Arnaldo Rocha: Eu sou de uma família espírita, mas era ateu e materialista. Meimei apareceu com um problema renal, que se complicou, e a levou a desencarnação no dia 1º de outubro de 1946. No dia 12, eu caminhava pela rua sob uma forte chuva e para me proteger do temporal me dirigi à casa da minha irmã Luiza, onde estava se realizando uma reunião espírita. Não gostei muito da idéia, mas entrei. Quando uma médium encorporou, aquilo tudo foi muito estranho para mim. Me chamou a atenção quando ela empurrou o casaco dela com os polegares para trás. Meimei fazia a mesma coisa. O doutrinador perguntou se aquele espírito gostaria de se manifestar. Depois eu ouvi a voz da Meimei claramente dizendo: “Rialmente (como Meimei falava) eu gostaria, mas o meu sozinho não vai entender”. Acabou a reunião e no dia seguinte eu me encontrei com o Dr. Camilo Chaves, que na época era presidente da União Espírita Mineira. Ele me disse que na reunião mediúnica, a benfeitora espiritual Ritinha estava muito feliz, porque uma amiga muito querida foi esclarecida. Eu perguntei quem era e ele me respondeu: Irma de Castro, esposa do Sr. Arnaldo Rocha. Aí ele me explicou um pouco sobre a Doutrina Espírita e pediu para que eu lesse “O Livro dos Espíritos”. Correio Espírita: Como e quando você encontrou Chico Xavier, pela primeira vez, nesta encarnação? Arnaldo Rocha: Eu subia a Av. Santos Dumont, em Belo Horizonte, e descia um homem modestamente trajado, de chapéu, com uma bolsa na mão. Eu dei um “encontrão” nesse homem e reconheci que era o Chico Xavier. Queria falar com ele, mas fiquei emocionado. Sem me conhecer, ele disse: “Pois é Naldinho. A nossa princesinha está aqui e quer falar com você”. Eu tinha o hábito de chamar Meimei de princesinha. Fomos para casa dele e fizemos uma reunião. Através de uma psicofônia, eu pude conversar com Meimei durante uma hora e meia. Aí, eu realmente comecei a estudar a Doutrina Espírita. Mais tarde, um componente do grupo me convidou para trabalhar e disse: “Você que comandou muitas guerras, agora vai ter que consolar”.
Correio Espírita: Atualmente, como os espíritos inferiores tentam anular esse trabalho de amor?
Arnaldo Rocha: Uma entidade se aproximou do trabalho de doutrinação e disse: “Não me convenceu e não fui vencido”. Eu disse que nós o havíamos dado de presente O Evangelho Segundo o Espiritismo e perguntei se ele teria lido. O espírito respondeu que quando o livro é aberto sai muita luz e por isso ele não queria. A entidade informou que estava combatendo a Doutrina Espírita através do púlpito, do jornal, do rádio e da televisão. Ou seja, influenciando os próprios praticantes. E, afinal de contas, de alguns anos para cá, quanta confusão existe no meio espírita. As pessoas estão se deixando levar pela vaidade, pela fantasia e estão criando muita confusão no nosso meio. Nós precisamos ser mais sinceros com a Doutrina Espírita.
Correio Espírita: Qual foi a encarnação anterior de Chico Xavier?
Arnaldo Rocha: O Pedro Quintana, casado com Geralda, irmã de Chico Xavier, era amigo do compositor Radamés Gnatalli. Fomos a Pedro Leopoldo para falar com Chico. Emmanuel, numa página muito linda, disse que o Radamés era a reencarnação de Rossini. Radamés confirmou dizendo que quando compunha via Rossini. Em “Obras Póstumas”, encontramos algumas mensagens de Rossini. O Bom não era você conversar com o Chico, era o Chico conversar com você. Eu sabia perfeitamente quando era o Chico que estava falando ou quando ele estava sob a inspiração dos espíritos. Um dia, eu perguntei a ele que em “Obras Póstumas”, o Professor Rivail se reunia na casa do Sr. Roustan para o espírito de verdade fazer a correção daquilo que seria “O Livro dos Espíritos”, ou então na Casa do Sr. Japhet – pronunciei o ph com som de f – e ele me corrigiu dizendo que era Japhet – ph com som de p – confirmando que o nome tinha descendência judaica. E aí eu perguntei: quem é aquela loira de olhos azuis com o nome de Ruth Céline Japhet, que ajudava Kardec na codificação? Ele me respondeu: você está falando com ela. Então você vai ver a linha da mediunidade nessa criatura como cresceu agora como Chico. Não se improvisa um médium. Isso é um processo muito delicado, doloroso, de sofrimento e de alegria.
Correio Espírita: Porque você não revelou isto anteriormente? Porque só agora?
Arnaldo Rocha: Porque o Chico me disse para não revelar enquanto ele estivesse reencarnado. Mas agora, diante de tantas coisas erradas que estão falando por aí, decidi falar. Não tenho medo do que vão dizer a partir disso. Eu uso uma expressão que Chico Xavier ria muito: “a caravana passa e os cães ladram”. Para confirmar as encarnações femininas, Chico falava para mim que quando voltasse ao plano espiritual iria pedir a verdadeira roupa dele (feminina), porque aquela que estava usando (masculina), ele não considerava dele.
Correio Espírita: Há quantos anos você estuda, desenvolve e o que é preciso para exercer a mediunidade?
Arnaldo Rocha: Há aproximadamente 60 anos. Nesses anos todos, eu já vi médiuns e expositores doutrinários que caminharam com tanta beleza, mas com o tempo, alguns se deixaram levar pela vaidade, orgulho, fantasia e dinheiro. Para ser médium é preciso estudo, humildade e simplicidade e, fundamentalmente, o que o espírito Emmanuel falou para Chico Xavier no Riacho do Capão em Pedro Leopoldo: disciplina, disciplina e disciplina.
Correio Espírita: Qual a mensagem que você daria para os leitores do Correio Espírita?
Arnaldo Rocha: Eu recordaria que eles soubessem dignificar a Doutrina Espírita. A mensagem de amor e fraternidade do excelso amigo Jesus. E que nós saibamos, através da humildade e da sinceridade, fazer aquilo que Emmanuel escreveu no livro “A Caminho da Luz”.
Jornal Correio Espírita – junho de 2010

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