terça-feira, 30 de novembro de 2010


O tempo

“Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz.” – Paulo. (Romanos, 14:6.)
A maioria dos homens não percebe ainda os valores infinitos do tempo.
Existem efetivamente os que abusam dessa concessão divina. Julgam que a riqueza dos benefícios lhes é devida por Deus.
Seria justo, entretanto, interrogá-los quanto ao motivo de semelhante presunção.
Constituindo a Criação Universal patrimônio comum, é razoável que todos gozem as possibilidades da vida; contudo, de modo geral, a criatura não medita na harmonia das circunstâncias que se ajustam na Terra, em favor de seu aperfeiçoamento espiritual.
É lógico que todo homem conte com o tempo, mas, se esse tempo estiver sem luz, sem equilíbrio, sem saúde, sem trabalho?
Não obstante a oportunidade da indagação, importa considerar que muito raros são aqueles que valorizam o dia, multiplicando-se em toda parte as fileiras dos que procuram aniquilá-lo de qualquer forma.
A velha expressão popular “matar o tempo” reflete a inconsciência vulgar, nesse sentido.
Nos mais obscuros recantos da Terra, há criaturas exterminando possibilidades sagradas. No entanto, um dia de paz, harmonia e iluminação, é muito importante para o concurso humano, na execução das leis divinas.
Os interesses imediatistas do mundo clamam que o “tempo é dinheiro”, para, em seguida, recomeçarem todas as obras incompletas na esteira das reencarnações... Os homens, por isso mesmo, fazem e desfazem, constroem e destroem, aprendem levianamente e recapitulam com dificuldade, na conquista da experiência.
Em quase todos os setores de evolução terrestre, vemos o abuso da oportunidade complicando os caminhos da vida; entretanto, desde muitos séculos, o apóstolo nos afirma que o tempo deve ser do Senhor.

EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO CAPÍTULO II


MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO
A vida futura. - A realeza de Jesus. - O ponto de vista. - Instruções dos Espíritos:
Uma realeza terrestre.
1. Pilatos, tendo entrado de novo no palácio e feito vir Jesus à sua presença,
perguntou-lhe: És o rei dos judeus? - Respondeu-lhe Jesus: Meu reino não é deste
mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, a minha gente houvera combatido para
impedir que eu caísse nas mãos dos judeus; mas, o meu reino ainda não é aqui.
Disse-lhe então Pilatos: És, pois, rei? - Jesus lhe respondeu: Tu o dizes; sou rei;
não nasci e não vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade. Aquele que
pertence a verdade escuta a minha voz. (S. JOÃO, cap. XVIII, vv. 33, 36 e 37.)
A vida futura
2. Por essas palavras, Jesus claramente se refere à vida futura, que ele apresenta, em
todas as circunstâncias, como a meta a que a Humanidade irá ter e como devendo constituir
objeto das maiores preocupações do homem na Terra. Todas as suas máximas se reportam a
esse grande principio. Com efeito, sem a vida futura, nenhuma razão de ser teria a maior parte
dos seus preceitos morais, donde vem que os que não crêem na vida futura, imaginando
que ele apenas falava na vida presente, não os compreendem, ou os consideram pueris.
Esse dogma pode, portanto, ser tido como o eixo do ensino do Cristo, pelo que foi
colocado num dos primeiros lugares à frente desta obra. E que ele tem de ser o ponto de mira
de todos os homens; só ele justifica as anomalias da vida terrena e se mostra de acordo com a
justiça de Deus.

Receita de Paz

Ora com mais confiança em Deus. 

Trabalha um tanto mais. 

Serve com mais alegria. 

Age mais caridosamente. 

Desculpa as faltas alheias com mais compaixão pelos ofensores. 

Usa mais calma, particularmente nas horas difíceis. 

Tolera, com mais paciência, as situações desagradáveis. 

Coloca mais gentileza no trato pessoal. 

Emprega mais serenidade na travessia de qualquer provação. 

E, assim, com a benção de Deus, encontrarás mais segurança e paz, nas estradas do tempo, garantindo-te o êxito preciso nos deveres de cada dia, a caminho da vida maior. 




Autor: Emmanuel
Psicografia de Chico Xavier

segunda-feira, 29 de novembro de 2010


Extinção do Mal

Na didática de Deus, o mal não é recebido com a ênfase que caracteriza muita gente na Terra, quando se propõe a combatê-lo.
Por isso, a condenação não entra em linha de conta nas manifestações da Misericórdia Divina.
Nada de anátemas, gritos, baldões ou pragas.
A Lei de Deus determina, em qualquer parte, seja o mal destruído não pela violência, mas pela força pacífica e edificante do bem.
A propósito, meditemos.
O Senhor corrige:
a ignorância: com a instrução;
o ódio: com o amor;
a necessidade: com o socorro;
o desequilíbrio: com o reajuste;
a ferida: com o bálsamo;
a dor: com o sedativo;
a doença: com o remédio;
a sombra: com a luz;
a fome: com o alimento;
o fogo: com a água;
a ofensa: com o perdão;
o desânimo: com a esperança;
a maldição: com a benção.
Somente nós, as criaturas humanas, por vezes, acreditamos que um golpe seja capaz de sanar outro golpe.
Simples ilusão.
O mal não suprime o mal.
Em razão disso, Jesus nos recomenda amar os inimigos e nos adverte de que a única energia suscetível de remover o mal e extingui-lo é e será sempre a força suprema do bem.
* * *
Xavier, Francisco Cândido; Baccelli, Carlos A.. Da obra: Brilhe Vossa Luz.
Ditado pelo Espírito Bezerra de Menezes.
4a edição. Araras, SP: IDE, 1996.
               
 Prece de Cáritas


     
Deus, nosso Pai, que sois todo Poder e Bondade, dai a força àquele que passa pela provação, dai a luz àquele que procura a verdade; ponde no coração do homem a compaixão e a caridade! 
Deus, Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso. 
Pai, Dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, e ao órfão o pai!

Senhor, que a Vossa Bondade se estenda sobre tudo o que criastes. Piedade, Senhor,  para aquele que vos não conhece, esperança para aquele que sofre. Que a Vossa Bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda a parte, a paz, a esperança, a fé.
Deus! Um raio, uma faísca do Vosso Amor pode abrasar a Terra; deixai-nos beber nas  fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão. 
E um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e de amor.

Como Moisés sobre a montanha, nós Vos esperamos com os braços abertos, oh Poder!, oh Bondade!, oh Beleza!, oh Perfeição!, e queremos de alguma sorte merecer a Vossa Divina Misericórdia.
Deus, dai-nos a força para ajudar o progresso, afim de subirmos até Vós; dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Divina e Santa Imagem.
Assim Seja.

A prece, denominada De Cáritas, tem sido querida e contritamente orada por várias gerações de espíritas.
CÁRITAS era um espírito que se comunicava através de uma  das grandes médiuns de sua época - Mme. W. Krell - em um grupo de Bordeaux (França), sendo ela uma das maiores psicografas da História do Espiritismo, em especial por transmitir poesia (que se constitui no ácido da psicografia), da lavra de Lamartine, André Chénier, Saint-Beuve e Alfred de Musset, além do próprio Edgard Allan Poe. Na prosa, recebeu ela mensagens de O Espírito da Verdade, Dumas, Larcordaire, Lamennais, Pascal, e dos gregos Ésopo e Fenelon.
A prece de Cáritas foi psicografada na noite de Natal, 25 de dezembro, do ano de 1873, ditada pela suave Cáritas, de quem são, ainda, as comunicações: "Como servir a religião espiritual"e "A esmola espiritual".
Todas as mensagens que Mme. W. Krell psicografada em transe, e, que chegaram até n;os, encontram-se no livro Rayonnements de la Vie Spirituelle, publicado em maio de 1875 em Bordeaux, inclusive, o próprio texto em francês (como foi transmitido) da Prece de Cáritas.


Acordemos

É sempre fácil
examinar as consciências alheias,
identificar os erros do próximo,
opinar em questões que não nos dizem respeito,
indicar as fraquezas dos semelhantes,
educar os filhos dos vizinhos,
reprovar as deficiências dos companheiros,
corrigir os defeitos dos outros,
aconselhar o caminho reto a quem passa,
receitar paciência a quem sofre
e retificar as más qualidades de quem segue conosco...
*
Mas enquanto nos distraimos,
em tais incursões a distância de nós mesmos,
não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição.
*
Enquanto nos ausentamos
do estudo de nossas próprias necessidades,
olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva,
somos simplesmente
cegos do mundo interior
relegados à treva...
*
Despertemos, a nós mesmos,
acordemos nossas energias mais profundas
para que o ensinamento do Cristo
não seja para nós uma bênção que passa, sem proveito à nossa vida,
porque o infortúnio maior de todos
para a nossa alma eterna
é aquele que nos
infelicita quando a graça do Alto
passa por nós em vão!...
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
Araras, SP: IDE, 1978.

domingo, 28 de novembro de 2010


Confia Sempre

Não percas a tua fé entre as sombras do mundo.
Ainda que os teus pés estejam sangrando, segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima de ti mesmo.
Crê e trabalha.
Esforça-te no bem e espera com paciência.
Tudo passa e tudo se renova na terra, mas o que vem do céu permanecerá.
De todos os infelizes os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmo, porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo.
Eleva, pois, o teu olhar e caminha.
Luta e serve. Aprende e adianta-te.
Brilha a alvorada além da noite.
Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte...
Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia.
*  *  *
Meimei
(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier)

O MAIS IMPORTANTE

Provavelmente você estará atravessando longa faixa de provações em que o ânimo quase que se lhe abate.
Crises e problemas apareceram.
Entretanto, paz e libertação, esperança e alegria dependem de sua própria atitude.
Se veio a colher ofensa ou menosprezo, você mesmo pode ser o perdão e a tolerância, doando aos agressores o passaporte para o conhecimento deles próprios.
Se dificuldades lhe contrariaram a expectativa de auto-relização, nesse ou naquele sentido, a sua paciência lhe fará ver os pontos fracos que precisa anular a fim de atingir a concretização dos seus planos em momentos mais oportuno.
Se alguém lhe impôs decepções, o seu entendimento fraterno observará que isso é uma benção de vida imunizando-lhe o espírito contra a aquisição de pesados e amargos compromissos futuros.
Se experimenta obstáculos na própria sustentação, o seu devotamento ao trabalho lhe conferirá melhoria de competência e a melhoria de competência lhe elevará o nível de compensações e recursos.
Se você está doente, é a sua serenidade, com a sua cooperação, que se fará base essencial de auxílio aos médicos e companheiros que lhe promovem a cura.
Se sofre a incompreensão de pessoas queridas, é a sua bondade, com o seu despreendimento, que se lhe transformará em arrimo para que os entes amados retornem ao seu mundo afetivo.
Evite as complicações de rebeldia e inconformidade, ódio e inveja, egoísmo e desespero que apenas engrossarão o seu somatório de angústia.
Mudanças, aflições, anseios, lutas, desilusões e conflitos sempre existiram no caminho da evolução. Por isso mesmo, o mais importante não é aquilo que aconteça e sim o seu modo de reagir.
André Luiz
("Na Era do Espírito", 22, edição GEEM)

CAPÍTULO XIV HONRAI A VOSSO PAI E A VOSSA MÃE

Piedade filial. - Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? - Parentela corpórea e
parentela espiritual. - Instruções dos Espíritos: A ingratidão dos filhos e os laços de família.
1. Sabeis os mandamentos: não cometereis adultério; não matareis; não
roubareis; não prestareis falso-testemunho; não fareis agravo a ninguém; honrai a
vosso pai e a vossa mãe. (S. MARCOS, capítulo X, v. 19; S. LUCAS, cap. XVIII, v. 20;
S. MATEUS, cap. XIX, vv. 18 e 19.)
2. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o
Senhor vosso Deus vos dará. (Decálogo: "Êxodo", cap. XX, v. 12.)
Piedade filial
3. O mandamento: "Honrai a vosso pai e a vossa mãe" é um corolário da lei geral de
caridade e de amor ao próximo, visto que não pode amar o seu próximo aquele que não ama a
seu pai e a sua mãe; mas, o termo honrai encerra um dever a mais para com eles: o da
piedade filial. Quis Deus mostrar por essa forma que ao amor se devem juntar o respeito, as
atenções, a submissão e a condescendência, o que envolve a obrigação de cumprir-se para
com eles, de modo ainda mais rigoroso, tudo o que a caridade ordena relativamente ao próximo em gera!. Esse dever se estende naturalmente às pessoas que fazem as vezes de pai e de mãe, as quais tanto maior mérito têm, quanto menos obrigatório é para elas o devotamento. Deus pune sempre com rigor toda
violação desse mandamento.
Honrar a seu pai e a sua mãe, não consiste apenas em respeitá-los; é também assistilos
na necessidade; é proporcionar-lhes repouso na velhice; é cercá-los de cuidados como eles
fizeram conosco, na infância.
Sobretudo para com os pais sem recursos é que se demonstra a verdadeira piedade
filial. Obedecem a esse mandamento os que julgam fazer grande coisa porque dão a seus pais
o estritamente necessário para não morrerem de fome, enquanto eles de nada se privam,
atirando-os para os cômodos mais ínfimos da casa, apenas por não os deixarem na rua,
reservando para si o que há de melhor, de mais confortável? Ainda bem quando não o fazem
de má-vontade e não os obrigam a comprar caro o que lhes resta a viver, descarregando sobre
eles o peso do governo da casa! Será então aos pais velhos e fracos que cabe servir a filhos
jovens e fortes? Ter-lhes-á a mãe vendido o leite, quando os amamentava? Contou porventura
suas vigílias, quando eles estavam doentes, os passos que deram para lhes obter o de que
necessitavam? Não, os filhos não devem a seus pais pobres só o estritamente necessário,
devem-lhes também, na medida do que puderem, os pequenos nadas supérfluos, as
solicitudes, os cuidados amáveis, que são apenas o juro do que receberam, o pagamento de
uma dívida sagrada. Unicamente essa é a piedade filial grata a Deus.
Ai, pois, daquele que olvida o que deve aos que o ampararam em sua fraqueza, que
com a vida material lhe deram a vida moral, que muitas vezes se impuseram duras privações
para lhe garantir o bem-estar. Ai do ingrato: será punido com a ingratidão e o abandono; será
ferido nas suas mais caras afeições, algumas vezes já na existência atual, mas com certeza
noutra, em que sofrerá o que houver feito aos outros.

HONRAI A VOSSO PAI E A VOSSA MÃE
Alguns pais, é certo, descuram de seus deveres e não são para os filhos o que deviam
ser; mas, a Deus é que compete puni-los e não a seus filhos. Não compete a estes censurá-los,
porque talvez hajam merecido que aqueles fossem quais se mostram. Se a lei da caridade
manda se pague o mal com o bem, se seja indulgente para as imperfeições de outrem, se não
diga mal do próximo, se lhe esqueçam e perdoem os agravos, se ame até os inimigos, quão
maiores não hão de ser essas obrigações, em se tratando de filhos para com os pais! Devem,
pois, os filhos tomar corno regra de conduta para com seus pais todos os preceitos de Jesus
concernentes ao próximo e ter presente que todo procedimento censurável, com relação aos
estranhos, ainda mais censurável se torna relativamente aos pais; e que o que talvez não passe
de simples falta, no primeiro caso, pode ser considerado um crime, no segundo, porque, aqui,
à falta de caridade se junta a ingratidão.

Prece pelos Pelos Espíritos endurecidos

75. PREFÁCIO. Os maus Espíritos são aqueles que ainda não foram tocados de
arrependimento; que se deleitam no mal e nenhum pesar por isso sentem; que são insensíveis
às reprimendas, repelem a prece e muitas vezes blasfemam do nome de Deus. São essas
almas endurecidas que, após a morte, se vingam nos homens dos sofrimentos que suportam, e
perseguem com o seu ódio aqueles a quem odiaram durante a vida, quer obsidiando-os quer
exercendo sobre eles qualquer influência funesta. (Cap. X, n° 6; Cap. XII, n° 5 e n° 6.)
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CAPÍTULO XXVIII
Duas categorias há bem distintas de Espíritos perversos: a dos que são francamente
maus e a dos hipócritas. Infinitamente mais fácil é reconduzir ao bem os primeiros do que os
segundos. Aqueles, as mais das vezes, são naturezas brutas e grosseiras, como se nota entre
os homens; praticam o mal mais por instinto do que por cálculo e não procuram passar por
melhores do que são. Há neles, entretanto, um gérmen latente que é preciso fazer
desabrochar, o que se consegue quase sempre por meio da perseverança, da firmeza aliada à
benevolência, dos conselhos, do raciocínio e da prece. Através da mediunidade, a dificuldade
que eles encontram para escrever o nome de Deus é sinal de um temor instintivo, de uma voz
íntima da consciência que lhes diz serem indignos de fazê-lo. Nesse ponto estão a pique de
converter-se e tudo se pode esperar deles: basta se lhes encontre o ponto vulnerável do
coração.
Os Espíritos hipócritas quase sempre são muito inteligentes, mas nenhuma fibra
sensível possuem no coração; nada os toca; simulam todos os bons sentimentos para captar a
confiança, e felizes se sentem quando encontram tolos que os aceitam como santos Espíritos,
pois que possível se lhes torna governá-los à vontade. O nome de Deus, longe de lhes inspirar
o menor temor, serve-lhes de máscara para encobrirem suas torpezas. No mundo invisível,
como no mundo visível, os hipócritas são os seres mais perigosos, porque atuam na sombra,
sem que ninguém disso desconfie; têm apenas as aparências da fé, mas fé sincera, jamais.
76. Prece. - Senhor, digna-te de lançar um olhar de bondade sobre os Espíritos
imperfeitos, que ainda se encontram na treva da ignorância e te desconhecem, particularmente
sobre N...
Bons Espíritos, ajudai-nos a fazer-lhe compreender que, induzindo os homens ao mal,
obsidiando-os e atormentando-os, ele prolonga os seus próprios sofrimentos; fazei que o
exemplo da felicidade de que gozais lhe seja um encorajamento.
Espírito que ainda te comprazes no mal, vem ouvir a prece que por ti fazemos; ela te
há de provar que desejamos o teu bem, conquanto faças o mal.
És desgraçado, pois não se pode ser feliz fazendo o mal. Por que então te conservarás
no sofrimento quando de ti depende evitá-lo? Olha os bons Espíritos que te
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PRECES ESPÍRITAS
cercam; vê quão ditosos são e se te não seria mais agradável fruir da mesma felicidade.
Dirás que te é impossível; porém, nada é impossível àquele que quer, porquanto Deus
te deu, como a todas as suas criaturas, a liberdade de escolher entre o bem e o mal, isto é,
entre a felicidade e a desgraça, e ninguém se acha condenado a praticar o mal. Assim como
tens vontade de fazê-lo, também podes ter a de fazer o bem e de ser feliz.
Volve para Deus o teu olhar; dirige-lhe por um instante o teu pensamento e um raio da
divina luz virá iluminar-te. Dize conosco estas simples palavras: Meu Deus; eu me
arrependo, perdoa-me. Tenta arrepender-te e fazer o bem, em vez de fazer o mal, e verás que
logo a sua misericórdia descerá sobre ti, que um bem-estar indizível substituirá as angústias
que experimentas.
Desde que hajas dado um passo no bom caminho, o resto deste te parecerá fácil de
percorrer. Compreenderás então quanto tempo perdeste de felicidade por culpa tua; mas, um
futuro radioso e pleno de esperança se abrirá diante de ti e te fará esquecer o teu miserável
passado, prenhe de perturbação e de torturas morais, que seriam para ti o inferno, se
houvessem de durar eternamente. Dia virá em que essas torturas serão tais que a qualquer
preço quererás fazê-las cessar; porém, quanto mais te demorares, tanto mais difícil será isso.
Não creias que permanecerás sempre no estado em que te achas; não, que isso é
impossível. Duas perspectivas tens diante de ti: a de sofreres muitíssimo mais do que tens
sofrido até agora e a de seres ditoso como os bons Espíritos que te rodeiam. A primeira será
inevitável, se persistires na tua obstinação, quando um simples esforço da tua vontade bastará
para te tirar da má situação em que te encontras. Apressa-te, pois, visto que cada dia de
demora é um dia perdido para a tua felicidade.
Bons Espíritos, fazei que estas palavras ecoem nessa alma ainda atrasada, a fim de que
a ajudem a aproximar-se de Deus. Nós vo-lo pedimos em nome de Jesus-Cristo, que tão
grande poder tinha sobre os maus Espíritos.

sábado, 27 de novembro de 2010




Solução
 
Se você procura solução adequada ao seu problema, não olvide o grande remédio do Trabalho, doador de infinitos recursos, em favor do progresso do Homem e da Humanidade.
Seu cérebro vive cheio de perguntas?
Trabalhe e o serviço conferir-lhe-á respostas exatas.
Suas mãos permanecem paralisadas pelo desânimo?
Insista no trabalho e o movimento voltará.
Seus braços jazem fatigados?
Confie-se ao esforço novamente e a ação simbolizará para eles o lubrificante preciso.
Seu coração vive pesaroso e sem luz?
Procure agir no bem incessante e a alegria ser-lhe-á precioso salário.
Seus ideais encontraram sombra e gelo no grande caminho da vida?
Dê seu concurso às boas obras sem desfalecer e claridades novas brilharão no céu de seus pensamentos.
A parada que não significa descanso construtivo para recomeçar as atividades úteis é alguma coisa semelhante à morte.
Todos os males da retaguarda podem surpreender aquele que não avança. Mas se você acredita no poder do Trabalho, aceitando o serviço aos semelhantes, por norma de viver em paz, na obediência a Deus, o seu espírito terá penetrado realmente o verdadeiro caminho da salvação.
ANDRÉ LUIZ
(Endereços de Paz, 30, F.C.X., edição C.E.U)




NO FUTURO
Quando o homem gravar na própria alma
Os parágrafos luminosos da Divina Lei,
O companheiro não repreenderá o companheiro,
O irmão não denunciará outro irmão.
O cárcere cerrará suas portas,
Os tribunais quedarão em silêncio.
Canhões serão convertidos em arados,
Homens de armas volverão à sementeira do solo.
O ódio será expulso do mundo,
As baionetas repousarão,
As máquinas não vomitarão chamas
para o incêndio e para a morte,
Mas cuidarão pacificamente do progresso planetário.
A justiça será ultrapassada pelo amor.
Os filhos da fé não somente serão justos,
Mas bons, profundamente bons.
A prece constituir-se-á de alegria e louvor
E as casas de oração estarão consagradas
ao trabalho sublime da fraternidade suprema.
A pregação da Lei
Viverá nos atos e pensamentos de todos,
Porque o Cordeiro de Deus
Terá transformado o coração de cada homem
Em tabernáculo de luz eterna,
Em que o seu Reino Divino
Resplandecerá para sempre.

EMMANUEL
"Pão Nosso", 41, FCXavier, FEB)

Coragem da fé (CAPÍTULO XXIV Evangelho Segundo o Espiritismo)

13. Aquele que me confessar e me reconhecer diante dos homens, eu também o
reconhecerei e confessarei diante de meu Pai que está nos céus; - e aquele que me
renegar diante dos homens, também eu o renegarei diante de meu Pai que está nos céus.
- (S. MATEUS, cap. X, vv. 32 e 33.)
14. Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, o Filho do Homem
também dele se envergonhará, quando vier na sua glória e na de seu Pai e dos santos
anjos. (S. LUCAS, capítulo IX, v. 26.)
15. A coragem das opiniões próprias sempre foi tida em grande estima entre os
homens, porque há mérito em afrontar os perigos, as perseguições, as contradições e até os
simples sarcasmos, aos quais se expõe, quase sempre, aquele que não teme proclamar
abertamente idéias que não são as de toda gente. Aqui, como em tudo, o merecimento é
proporcionado às circunstâncias e à importância do resultado. Há sempre fraqueza em recuar
alguém diante das conseqüências que lhe acarreta a sua opinião e em renegá-la; mas, há casos
em que isso constitui covardia tão grande, quanto fugir no momento do combate.